FIFA 11 - Review

Produtora: Eletronic Arts
Distribuidora: Eletronic Arts
Plataformas: PlayStation 3 e Xbox 360

Desde que essa geração de consoles chegou, o mundo do futebol digital sofreu uma mudança abrupta. O antes dono do trono, Pro Evolution Soccer, ou como é mais conhecido no Brasil, Winning Eleven, de repente perdeu o posto para a renovada franquia FIFA, produzida pela Eletronic Arts. Ao usar um novo motor gráfico e aproveitar ao máximo a potência dos novos consoles, a EA superou a Konami e assumiu o posto de melhor jogatina futebolística nos games.

E assim está sendo desde 2008. Para alguns a versão 2010 é o que há de melhor na história do futebol nos videogames. Realmente, a EA conseguiu atingir um excelente equilíbrio entre bons gráficos, jogabilidade sólida e diversão na medida certa. Ao lançar a versão o Fifa World Cup, tivemos um prévia do que estava por vir na versão 2011. Para trazer novidades ao jogo, foi implementada a possibilidade de controlar o goleiro e a ferramenta “Personality”, que dá a cada jogador características físicas e técnicas únicas. Seria Fifa 11 um simples caça níquel para manter a ponta no mercado ou temos novas adições realmente interessantes? Confira na análise a seguir.


Para aproveitar o ano de lançamento e a nova adição no game, a EA lançou o slogan “Somos 11”; para se referir a possibilidade de 11 pessoas jogarem juntas pela rede online, já que agora é possível controlar o goleiro. Controle tal que foi feito beirando a perfeição. Nunca antes foi possível controlar de forma individual um guarda redes, e dessa vez pode-se entender (ao menos digitalmente) toda a dificuldade e ingratidão que é ser um goleiro. O controle embaixo das traves é facilitado por uma faixa colorida que mostra a trajetória que a bola vai tomar. E a facilidade para por aí. Assim como na vida real, ao passo que o atacante chega mais perto do gol, mais complicado é para o goleiro reagir e pegar a bola. Não basta ficar embaixo do gol, se adiantar é primordial. Quando batem faltas, escanteios ou acontecem lançamentos longos, basta apertar um botão para se adiantar e tentar chegar na bola antes do atacante. Tudo com muita precisão e física perfeitamente balanceada. O modo online continua com a mesma leveza das versões anteriores. Das inúmeras partidas jogadas, pouquíssimas apresentaram alguma travada ou lentidão nas respostas.


A mecânica da jogabilidade está intacta. houve um acréscimo de velocidade no jogo, nada que perca a característica de simulação, pelo contrário, melhora a diversão e torna o jogo mais disputado. Apesar de ser mais veloz, não há mais a possibilidade (muito criticada) de os jogadores utilizarem a técnica ping-pong para chegar ao gol; ou seja, apertar deseperadamente o botão de toque para enganar o adversário. Com a melhora no sistema de colisão e o adoção do Personality , será complicado todos os jogadores conseguirem tocar de primeira toda e qualquer bola recebida. Um dos grandes trunfos de Fifa foi usar uma nova engine que conseguisse simular as divididas e disputadas de bola com precisão. Dessa vez, se possível, parece ainda melhor. Não é necessário estar com a bola para que haja disputada e tudo parece muito mais natural. As disputas são intensas e implicam numa maior dificuldade para o jogador, o que no caso melhora diversão. Os chutes a gol foram melhorados e há sim a possibilidade de fazer gols de fora da área; fato complicado nos últimos jogos. Outra boa modificação foi a quase exclusão do Shoot Modifier, um botão que você apertava e o chute iria colocado, quase sempre dentro das redes. Ainda há o recurso, mas agora com um efeito mais real e menos apelativo.


Ao se deparar com o Personality em vídeos parece mais uma falácia das produtoras para vender um jogo. Basta pegar o controle e jogar uma partida de dez minutos para ver essa impressão mudar; principalmente se for com algum jogador famoso. Controlar Kaká, C. Ronaldo, Messi e outros astros é sempre uma experiência particular; mas o mais impressionante é que mesmo os jogadores mais simples tem características próprias que o diferenciam dos demais. O jeito de tocar na bola, o modo de dominar, chutar e tudo mais. Diria que, apesar de o controle do goleiro ser o principal atrativo comercial do jogo, o Personality é o que mais o diferencia dos outros jogos. Se há um quesito que Fifa não conseguiu a supremacia, este é a qualidade dos gráficos. Os principais jogadores se parecem com os atletas reais, mas está longe de convencer os mais céticos. Houve melhorias, mas nada que seja digno de nota. Nesse ponto o jogo melhorou pouco. Por outro lado, os estádios são um show a parte. Reproduzidos com todo o minimalismo possível, cada arena passa um ar particular; desde o gramado até as balizas. O som se mantém no nível dos jogos anteriores, reproduzindo gritos característicos e a narração de Martin Tyler e Andy Gray, que apesar de famosa começa a precisar de ajustes e atualizações. Os menus foram todos reformulados com a intenção de tornar tudo mais prático; e assim está. Mais rapidez no momento de escolher partidas e iniciar torneios. O popular modo carreira permite a escolha de três opções antes de começar a temporada: ser apenas o técnico, apenas o um jogador ou ser um técnico e controlar todo o time. Depois do Virtual Pro, talvez esse tenha sido modo de jogo mais trabalhado, pois há muito mais interação entre o jogador e a diretoria do clube. Recados sobre a situação do time e a evolução dos jogadores chegam a todo o tempo.


Talvez essa tenha sido uma das maiores alegrias que os jogadores terão ao pegar este Fifa 11. O cuidado que a EA teve com os times brasileiros foi algo curioso nessa edição. Os principais times do país estão retratados de maneira fiel, a não ser por alguns casos de liberação dos direitos de patrocínio. Mas ver o esmero com que foi reproduzido o Neymar e seus 78 de overall, assim como o Ganso e seus 82, é de uma alegria única. O mesmo podemos dizer do time do Fluminense, Corinthians, Cruzeiro, Botafogo, São Paulo e por aí vai. Apesar de não terem a aparência física idêntica, as principais características estão mantidas. Pelo visto, com a proximidade da Copa 2014 esse cuidado só deve aumentar. Se quiseres jogar um campeonato brasileiro fiel ao que está acontecendo, pode comprar Fifa 11 sem medo.


A EA chega a quarta temporada no topo dos esportes digitais e com Fifa 11 se manterá por ali até o ano que vem. A jogabilidade continua ótima, com um acréscimo de velocidade que melhora o controle da bola e a diversão na sala. Controlar o goleiro é uma novidade muito bem vinda e feita com um cuidado único. O mesmo podemos dizer o Personality . Os pontos fracos do jogo continuam sendo os mesmo de antes, o que cai bastante no critério de avaliação, tendo em vista que melhorias nesses quesitos são praticamente obrigatórias. A edição dos jogadores e o sistema de criação dos mesmo é algo simplório e por vezes complicado de se fazer. Parece que a engine usada pela EA atingiu seu limite e não deve evoluir muito mais que isso até que vejamos a nova era dos consoles. Mas isso está longe de ser um problema. Caso aconteçam melhorias como as apresentadas esse ano, todo mês de outubro será uma felicidade para quem gosta de futebol nos videogames.

Mais & Menos
Jogabilidade melhorada
Times brasileiros bem cuidados
Personality é excelente adição
Ótimo controle do goleiro
Modo Carreira melhor
- Gráficos com pouca evolução
- Sistema de edição muito simples