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Brasileiro que criou videogame que dispensa controle diz que estamos ficando "escravos" da tecnologia

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Mensagem por bob's Sex 12 Nov 2010 - 10:01

Brasileiro que criou videogame que dispensa controle diz que estamos ficando "escravos" da tecnologia Alexkipmanhg20101112


Há três anos, Alex Kipman estava no Brasil se preparando para mudar de área na Microsoft. O programador é brasileiro, mas vivia nos EUA há 11 anos e mudaria do Windows para a área do videogame Xbox. Ele passava férias em um sítio próximo a Curitiba, cidade onde nasceu, quando veio o estalo.

– Eu gostei do mundo sem tecnologia. O pessoal da indústria está passando muito tempo com gadgets, gizmos, botões. A tecnologia surgiu para ajudar, mas nós estamos ficando escravos dela.

Passaram-se três anos. Aquele estalo aumentou. A ideia de um mundo sem botões deu origem ao Kinect, tecnologia de reconhecimento de movimentos que faz do corpo um controle remoto para games - no caso, o Xbox 360.

O produto foi lançado mundialmente na última quinta-feira (4), e Alex poderia estar em qualquer lugar do mundo para falar de sua criação, mas resolveu vir ao Brasil. Encarou a maratona de lançamento com bom humor. Coisa de quem gosta do que faz.

Ele contou que nunca, nem em seus sonhos mais loucos, imaginou chegar onde chegou. A paixão pelos games veio aos cinco anos, despertada por um Atari que ganhou de presente do pai diplomata. Foi por causa dele que Alex morou em Roma e Miami. Fez faculdade de engenharia de software nos EUA, no Rochester Institute of Technology. Está na Microsoft há oito anos, menos da metade deste tempo em seu atual cargo: diretor de inovação na divisão Xbox.

– Trabalhar com games permite criar mundos. A única barreira é a falta de imaginação.

Hoje o trabalho de Kipman é pensar o futuro do Xbox - e dos games - no mundo. Mas isso não é simples. Daquela ideia no sítio, ele teve que convencer muitas pessoas de que sua ideia era boa. A começar pelos cabeças do Xbox: Don Mattrick, presidente da área de entretenimento da Microsoft, e Kudo Tsunoda, diretor criativo. A entrada de Mattrick coincidiu com a evolução da ideia.

– Nosso objetivo era criar a nova versão do Xbox. Todos tinham pontos de vista diferentes, mas caíamos na mesma ideia: fazer a tecnologia desaparecer.

Mattrick era inspirado pelas conversas com George Lucas e Steven Spielberg; Tsunoda buscava experiências inéditas.

– Eu era o cara da tecnologia que pensava: "será que nós conseguimos inventar algoritmos sofisticados o suficiente para tornar real essa ideia do sensor reconhecer seus movimentos e sua voz?".

O grupo passou pelo menos dois meses tentando fazer que a "ficção científica virasse fato científico". A ideia estava lá: pessoas se divertindo em pé, com a sala limpa, sem equipamentos, sem botões.

– Como você junta a simplicidade da ideia com uma tecnologia complexa e ao mesmo tempo invisível?

As pessoas não se movimentam da mesma maneira. Não têm os mesmos tamanhos nem a mesma voz. A câmera RGB, o sensor de profundidade e o microfone que compõem a tecnologia de reconhecimento precisam captar sutilezas.

– Não estávamos mais no mundo digital, de zeros e uns. Começávamos a entender o mundo analógico, humano. É um mundo de probabilidades. Não de "verdadeiro ou falso", mas de "quem sabe". Não é preto e branco, é cinza. Era preciso programar um jeito novo de entender humanos.

Ele aposta que sua ideia será uma revolução.

– As indústrias saem da fase estática e se mudam em fases rápidas de transformação. Acho que estamos ainda na fase em que os seres humanos têm de entender tecnologia, mas estamos mudando. Vamos desse mundo velho para o novo, em que a tecnologia desaparece e nos entende.

Ele aposta que o Kinect é o protagonista dessa revolução. A proposta era ambiciosa desde o princípio.

– Só uma pessoa tem a visão do mundo novo. Ninguém mais vê. Então você tem de passar por um processo de convencer e transformar uma organização inteira para ter a mesma paixão que você pela visão, embora eles não a vejam ainda. Devagar fomos convencendo a Microsoft de que esse era um mundo possível. Agora começamos a convencer o mundo.

Hoje, diz ele, 70% da indústria de games está voltada para a novidade. Oito dos doze games que serão lançados até o final de 2010 para o Kinect foram feitos por outras empresas.

O trabalho está pronto, mas o brasileiro não tirará férias. É que, diz, "esse é o começo de uma grande jornada".Ele diz que está trabalhando desde o começo do ano em uma tal fase dois do projeto. São três etapas, diz, sem adiantar nenhum detalhe.

– Nessa vida de inventor, você segue seu filho até o final, mas sempre começa o próximo antes. É corrido, mas mudar o mundo não é nada fácil. Requer paixão, trabalhar fortemente. Eu não reclamo, amo o que eu faço. E é alucinante eles me deixarem fazer o que faço.

Fonte: Noticias/R7
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